PREVISÃO CLIMÁTICA SAZONAL

PRIMAVERA 

2016

            No próximo dia 22/09 começa a primavera no Hemisfério Sul. No estado Rio Grande do Sul, esta estação de transição tem como principais características o aumento da duração do fotoperíodo e o aumento gradual da temperatura do ar. Também, na primavera, ocorre a diminuição da frequência de avanço de massas de ar frio sobre o Estado. Segundo as normais climatológicas (1961-90 INMET), as temperaturas mínimas apresentam valores em torno de 14,9°C em outubro, 16,7°C em novembro e 19,1°C em dezembro. No que se refere às temperaturas máximas, os valores médios são de 20,8 em outubro, 23,0 em novembro e 25,5 em dezembro.

            Na primavera chove no Estado, em média, 370,0mm. Em Rio Grande a precipitação pluvial esperada nesta estação fica em torno de 305,0mm. No entanto, a variabilidade interanual da precipitação ocorrida nessa estação, em Rio Grande, é alta. Um dos fatores que estão diretamente relacionados a esta variabilidade é a ocorrência do fenômeno El Niño Oscilação Sul (ENOS), em suas fases quente (El Niño) e fria (La Niña). Em geral, ocorrências de El Niño estão relacionadas às precipitações acima da média e ocorrências de La Niña estão relacionadas à precipitações inferior às normais climatológicas (Figura 1).

Figura 1. Precipitação pluvial na primavera em Rio Grande. Marcadores vermelhos assinalam ocorrências de El Niño e marcadores azuis assinalam ocorrência de La Niña. Período. 1950 até 2014. Fonte: Modificado de Cordeiro, 2010*. 

            Conforme os últimos relatórios mensais, as anomalias de TSM no Pacífico Equatorial seguem em queda, indicando a ocorrência de La Niña na primavera (Figura 2). Para os próximos meses, os prognósticos apontam para a manutenção da fase fria do ENOS pelo menos até o final do verão. A maior parte dos modelos aponta para ocorrências de precipitação pluvial próximas da média climatológica no sudeste da América do Sul nos meses de outubro, novembro e dezembro. A Figura 2 abaixo é uma projeção do CFS, modelo climático do CPC/NOAA e apresenta as anomalias, em mm/dia, de precipitação para todo o globo. Entretanto, segundo os mesmos prognósticos as temperaturas na região devem ser ligeiramente superior às normais climatológicas. 

Figura 2. Anomalias de precipitação (mm/dia) para o trimestre de outubro, novembro e dezembro de 2016, fornecidas pelo modelo CFSv2 do CPC/NOAA.

* CORDEIRA, A. P. A. Tendências climáticas das variáveis meteorológicas originais, estimadas e das derivadas do balanço hídrico seriado do Rio Grande do Sul. 2010. 273f. Dissertação (mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. 

Eliana Veleda Klering

Meteorologista

(53) 3233-6854

elianavk@gmail.com